Sem ponte e sinuoso: saiba como é 'manobrar' navios no maior Porto da América do Sul

  • 28/03/2024
(Foto: Reprodução)
Porto de Santos, no litoral de São Paulo, tem manobrabilidade considerada difícil por ser estreito, com curvas, além de ter terminais e comunidades às margens. O projeto da ponte sobre o canal do porto, que ligaria Santos a Guarujá, foi substituído pelo túnel submerso. Canal do Porto de Santos, SP Sérgio Coelho / Santos Port Authority O Porto de Santos, o maior da América do Sul, tem extensão de 24,6 km, largura média de 220 metros – entre as margens de Santos e Guarujá – e algumas curvas. Esses dados, junto às s características do canal de navegação, fazem com que as manobras no cais santista tenham um alto nível de dificuldade. Diferentemente do Porto de Baltimore, nos EUA, onde um cargueiro bateu na coluna de uma ponte e a fez colapsar, matando duas pessoas e deixando quatro desaparecidas (veja ao final). Em Santos, não há estruturas semelhantes no trajeto navegado pelas embarcações. "Mais uma vez se comprova o acerto da decisão em favor do túnel e contra a ponte. Ponte é sempre um obstáculo, é sempre um perigo, porque nem sempre os navios vão estar funcionando normalmente", disse Carlo Alberto Alberto de Souza Filho, que é prático [auxilia nas manobras dos navios] e comandante da reserva da Marinha de Guerra. A construção citada por Souza Filho é debatida há quase 100 anos como opção de ligação seca entre Santos e Guarujá, onde o acesso se dá por balsas e pela estrada. O projeto, porém, ficou de lado. Ele deu espaço ao túnel submerso, cuja consulta pública já foi aberta, e vai custar R$ 6 bilhões. O investimento será dividido entre União e Governo de São Paulo. Difícil mesmo sem ponte Vista de Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá (SP), que está na margem esquerda do Porto de Santos A Tribuna Jornal Souza Filho ressaltou que o Porto de Santos não só é estreito e cheio de curvas, como tem grande movimentação de navios e embarcações menores, o que eleva a atenção do comandante da embarcação e dos práticos. "Temos uma média de 35 manobras por dia e o nosso recorde é 61 manobras em 24h. É um porto muito movimentado e requer um gerenciamento de risco e uma coordenação de manobras muito grande", disse. Relembre: Navio colide e destrói píer de travessia de balsas no litoral de SP; VÍDEO Navio Omicron colide em berço de atracação e assusta passageiros no Porto de Santos Navio arrisca manobra para evitar grave acidente no Porto de Santos; vídeo No cais santista, todas as manobras de embarcações devem contar com o trabalho do prático, que já conhece o canal, as variações marítimas e auxilia na navegação das embarcações, seja na atracação ou partida dos navios. De acordo com Souza Filho, no complexo portuário Santista, a Marinha estabelece que os navios sejam acompanhados de rebocadores durante o trajeto. Essas embarcações de menor porte, mas, segundo ele, com muita força, ajudam a corrigir rotas, nas manobras e em eventuais falhas, empurrando e puxando os navios. Rebocador é a solução? Rebocadores amarelos aparecem ao lado de um navio no cais santista Santos Port Authority Souza Filho contou que essas embarcações são contratadas pelas armadoras dos navios [empresas responsáveis], mas, uma vez no complexo portuário santista, é o prático quem dá as orientações aos pilotos delas para os ajustes na rota. Ele contou que no caso de Baltimore, nos EUA, rebocadores também foram usados, mas para manobrar o navio do ponto onde estava atracado e deixá-lo em uma linha reta. Perto da ponte foi que ele perdeu o propulsor, o controle e acabou batendo na coluna. Em Santos, as embarcações navegam tendo a companhia de comunidades e terminais nas margens esquerda (lado de Guarujá) e direita (Santos). As maiores ultrapassam 300 metros de comprimento e 40 de largura. O complexo portuário já recebeu navio de 366 metros por 48, o que eleva o nível de dificuldade. Comunidades ficam tão perto do canal do Porto de Santos que, em alguns momentos, os navios parecem invadir as cidades Katia Tomimoto Foto impressionante de navio 'invadindo' cidades tem efeito gerado por ilusão de ótica Durante todo o trajeto no canal vão acompanhadas do rebocador, que só deixa os navios passando o Forte da Barra. Ele citou que as medidas visam garantir a segurança, seja evitando o danos graves ou minimizar os riscos, uma vez que problemas acontecem. “É mais comum do que se imagina a gente ter falha de máquina (nas embarcações). Aqui em Santos, os quase acidentes acontecem a toda hora. É que só aparece quando viram acidente. Aqueles que a gente consegue evitar, aqueles que a gente contorna não aparecem, não são notícia”, disse ele, que já teve que lidar com duas falhas de máquinas no canal do porto e administrou a situação. Hoje, segundo Souza Filho, a navegação no Porto de Santos é bem cuidada. "As medidas de segurança, as exigências de nível de treinamento dos práticos, as exigências de qualidade dos rebocadores, elas são adequadas a manter um nível de risco controlado no Porto de Santos". "O risco existe, o nível de dificuldade é grande, mas as medidas preventivas determinadas pela Marinha, assim como os treinamentos e procedimentos dos práticos, são adequados para manter esse nível de risco controlado", reforçou. Acidente em Baltimore Navio começou a desviar dois minutos antes de impacto A tripulação do porta-contêiner Dali, que colidiu contra uma ponte em Baltimore, nos EUA, na terça-feira (26), avisou as autoridades portuárias que havia perdido o controle do navio e que os propulsores não estavam funcionando, segundo o governador de Maryland, Wes Moore. O navio com bandeira de Singapura havia acabado de sair do porto de Baltimore e iria ao Sri Lanka. Com a batida, a ponte Francis Scott Key foi derrubada. Segundo o governador, a tripulação teve tempo de emitir um alerta de "Mayday", que indica emergência, antes do acidente, dando tempo às autoridades de bloquear parcialmente o tráfego na ponte. Duas pessoas morreram em quatro estão desaparecidas. Ponte desmorona após ser atingida por navio nos EUA O navio cargueiro Dali passou por "manutenção de rotina do motor" no porto de Baltimore antes de bater na ponte, disse a Guarda Costeira dos EUA na quarta-feira (27). Minutos antes do choque com a ponte, o comandante do navio reportou às autoridades que havia perdido o controle do navio. Vazamento O cargueiro que bateu na ponte, o Dali, tinha 23 pessoas no momento do acidente. O navio tinha 56 contêineres de materiais tóxicos, e uma parte vazou depois da queda da ponte. A ponte Imagens de satélite da ponte destruída em Baltimore, nos EUA Inaugurada em 1977, a ponte tinha quase 3 quilômetros de extensão e quatro pistas, que ficavam cerca de 55 metros acima das águas. A estrutura também contava com uma ponte elevadiça que dava acesso ao porto de Baltimore. A ponte foi batizada com o nome do autor do poema que deu origem ao hino dos Estados Unidos. Segundo estudiosos, Francis Scott Key escreveu os versos após presenciar o bombardeio do Forte McHenry, em 1814, na região de Baltimore. Mapa mostra a localização da ponte Francis Scott Key, em Baltimore Editoria de arte/g1

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/porto-mar/noticia/2024/03/28/sem-ponte-e-sinuoso-saiba-como-e-manobrar-navios-no-maior-porto-da-america-do-sul.ghtml


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